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23 de Abril de 2024
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    Retrospectiva 2015: Depois de 37 anos Colégio de Presidentes se reúne em Vitória

    há 8 anos

    Este ano o Espírito Santo sediou o Colégio de Presidentes das Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no mês de maio. Além dos 27 presidentes das seccionais, o evento trouxe ao Estado o presidente do Conselho Federal da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, e demais membros da Diretoria do Conselho.

    Na solenidade de abertura, o presidente Marcus Vinicius destacou que, após 37 anos, o Colégio de Presidentes voltou a acontecer na capital capixaba.

    Ao longo das discussões o Colégio de Presidentes acolheu os pleitos da jovem advocacia e recomendou que todas as seccionais instituam “tabela de honorários de diligências de advogados, como forma de impedir o aviltamento da remuneração profissional, implicando sua inobservância em infração ética” como consta na Carta de Vitória.

    A tabela foi uma iniciativa pioneira apresentada conjuntamente pela Comissão Estadual de Advogados em Início de Carreira (CEAIC) e pela Comissão de Jovens Advogados da Subseção de Cachoeiro de Itapemirim. A tabela foi elaborada a partir de ampla discussão, que envolveu advogados atuantes na Grande Vitória e nos demais municípios do Estado.

    O objetivo é estabelecer um parâmetro para nortear a relação entre advogados na contratação de serviços, visando valorizar a profissão.

    Sobre a educação no país, os presidentes das seccionais advertiram que ajuste fiscal não rima com educação ao demonstrarem sua preocupação com a situação degradante do ensino superior no Brasil.

    CNJ

    Durante o Colégio, os presidentes receberam o juiz auxiliar da presidência do CNJ, Bráulio Gusmão, responsável pelo desenvolvimento do Escritório Digital do PJe (Processo Judicial Eletrônica). O juiz ouviu as reivindicações de cada Seccional quanto às dificuldades no uso do PJe.

    Presidentes de Subseções

    Os presidentes das Subseções da OAB-ES aprovaram, em reunião paralela, a Carta de Vitória, encaminhada ao Colégio de Presidentes da Ordem para apreciação, discussão e deliberação de alguns termos que atentam contra a advocacia.

    Carta de Vitória

    No encerramento do evento, o Colégio de Presidentes aprovou a Carta de Vitória.

    Veja a íntegra:

    CARTA DE VITÓRIA

    O Colégio de Presidentes dos Conselhos Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil, reunido na cidade de Vitória, Espírito Santo, nos dias 28 e 29 de maio de 2015, após análise e discussão de temas de interesse da advocacia e da sociedade brasileira, decide:

    1. Proclamar imprescindível a instalação do Processo Judicial Eletrônico - PJe sem açodamento e somente naqueles locais nos quais exista internet de banda larga e a necessidade da criação, no âmbito do Conselho Nacional de Justiça, de comitê com objetivo de auditar todos os sistemas de processos eletrônicos implantados nos Tribunais brasileiros, cumprindo as regras de segurança da informação (ISSO 27001:2013), o Marco Civil da Internet e a transparência garantidora da segurança jurídica.
    2. Apoiar a implantação do Escritório Digital em todo o País, solicitando aos Tribunais a adesão ao modelo construído pela OAB e CNJ.
    3. Instar os Governos a pagar as Requisições de Pequeno Valor no prazo legal de sessenta dias.
    4. Recomendar às Seccionais da OAB a criação da tabela de honorários de advogados correspondentes, como forma de impedir o aviltamento da remuneração profissional, implicando sua inobservância em infração ética. Do mesmo modo, concluir que o advogado apenas pode ser contratado pelo constituinte ou por seu procurador, ainda que para a prática de atos eventuais.
    5. Ressaltar a importância dos recursos hídricos, apontando “Águas” como tema central da III Conferência Internacional de Direito Ambiente, e apoiar a criação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba e dos demais rios brasileiros.
    6. Recomendar a implantação, nas Seccionais, de anuidades diferenciadas e do Plano Nacional de Valorização do Jovem Advogado (Provimento n.162/2015-CFOAB) como forma de incentivar e estimular os profissionais em início de carreira.
    7. Enfatizar a imprescindibilidade do Exame de Ordem para a proteção mais eficiente da sociedade, conclamando para a sua defesa os advogados, estagiários e acadêmicos de Direito, e repudiar os termos do Projeto de Lei n. 8.220, de 2014.
    8. Apoiar a Advocacia Pública e das Estatais na defesa de melhorias estruturais e salariais, visando à valorização das carreiras jurídicas e a autonomia administrativa.
    9. Condenar a redução das verbas orçamentárias dos Governos Federal, Estaduais e Municipais na área da educação brasileira, com reestruturação das universidades públicas, bem como remuneração digna aos professores, discordando das limitações impostas ao FIES.
    10. Defender a imprescindibilidade do advogado nos inquéritos policiais como forma de efetivação da garantia aos direitos individuais constitucionalmente assegurados a todos.
    11. Externar sua preocupação com a proposta de lei de organização da Magistratura, que não pode conter inconstitucionalidades e impropriedades.
    12. Rejeitar novamente o financiamento empresarial das campanhas políticas, ao tempo em que aponta a possível existência de vícios legislativos na sua recente aprovação.
    13. Propugnar ao Conselho Nacional de Justiça que regulamente o pedido de vista formulado por magistrados no julgamento de processos em todos os Tribunais.
    14. Exigir que seja garantido o acesso dos advogados às instalações do Judiciário mediante a apresentação da carteira profissional, impedindo a sua revista discriminatória.
    15. Repelir as violações de direitos humanos por parte dos agentes estatais.
    16. Defender a adoção de mandato para os Ministros do Supremo Tribunal Federal, vedada a recondução e com indicação pelo sistema misto.

    Vitória, ES, 29 de maio de 2015.

    Fonte: Conselho Federal da OAB

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